quarta-feira, julho 11, 2007

VENTOS

Não gosto do vento. Irrita-me! Seja ele de norte, de leste ou de qualquer outro quadrante. Mas admito que o vento, por vezes, tenha que soprar para nos fazer entrar nos ouvidos, mesmo aquilo que tentamos não ouvir ou não entender. E, neste caso, o vento soprou-me ao ouvido que determinado dirigente político, que faz muito vento, logrou reenviar um e-mail que tinha recebido de determinada empresa, fazendo queixinhas por ter sido preterida num determinado favorecimento, de adjudicação de serviços. Fiz o meu juízo de valor: não há nenhum político que se determine a agir sem obter nada em troca e, muito menos se não tiver "interesses" na matéria em causa.
Hoje, tive a confirmação. O dito dirigente declara 35 mil euros de rendimentos obtidos como presidente da assembleia geral duma empresa pertencente ao grupo da "empresa queixinhas". Ou seja, o senhor recebe 2500 euros por mês de uma empresa, privada é certo, mas que trabalha (em prestação de serviços) para empresas públicas. Em conclusão, lá vamos concluindo, que a conclusão a que se chega (assim mesmo com redundâncias) é que o contribuinte, independentemente de privatizações ou de nacionalizações, há-de ter sempre o mesmo estatuto: CONTRIBUINTE.

2 comentários:

Carla M. disse...

E tal como o nome indica: andamos todos a contribuir para o enriquecimento... mas não será do nosso, certamente, nem do país...

Rato disse...

Hoje descobri que ma conta-ordenado que tenho na Caixa Geral de Depósitos (CGD) sou obrigado a pagar uma ANUID no valor de 7,28€. Penso que seja uma anuidade referente ao cartão multibanco, penso. Porque até a legenda que aparecia na duas últimas páginas da caderneta, até essa desapareceu. Sempre são mais duas páginas vezes não sei quantos papalvos, o que dá mais um aumento nos lucros de ... (eles não fazem contas à gutierrez, eles sabem fazer contas).
Acabo de ler no Diário de Notícias que os lucros dos bancos privados subiram 23%.
Neste caso sinto-me vítima de mais um imposto-sacana por parte de uma organização em que o estado-canalha é o patrão. Se alguém souber de uma instituição que não esbulhe desta maneira diga-me que eu mudo já amanhã. Começo a acarinhar com simpatia a ideia de Don José Saramago.