AS ARTIMANHAS DOS PROCESSOS ELEITORAIS
Decorreu no passado Domingo 27, o acto eleitoral para a Assembleia da República Portuguesa. Num universo de 9.337.314 eleitores inscritos, faltaram às assembleias de voto 3.688.820 eleitores (39,4%). Estes eleitores "absentistas" não quiseram eleger um único representante para a Assembleia.
Entre votos nulos e votos brancos apurou-se um total de 173.264. Estes votos sim devem corresponder à abstenção, uma vez que, estes eleitores se deslocaram às assembleias de voto e não se revendo em nenhuma das opções se sujeitaram à vontade da maioria.
Por outro lado obtiveram-se 175.402 votos em partidos que não elegeram qualquer deputado. Coisa estranha esta! Se o partido A com uma diferença de cerca de 35.000 votos em relação ao partido B elege mais 5 deputados, porque razão um partido que consegue 52.000 votos não elege nenhum? Injustiça do método? Feudalismo dos círculos eleitorais? Uma coisa e outra, respondo eu! Se a regionalização é má para Portugal (dizem os iluminados) porquê manter os círculos eleitorais? Alguém viu o cabeça de lista por Aveiro ou o cabeça de lista por Faro, enquanto jovens, a apanhar bivalves nas respectivas rias? Nas pastelarias da baixa de Lisboa sim, muitas vezes!
Voltemos às contas: somando os votos dos "absentistas" (3.688.820) com os votos em partidos que não elegeram qualquer deputado (175.402) obtém-se o resultado de 3.864.222 de eleitores sem qualquer contributo para o número actual de deputados (230). Logo 41,38% dos lugares na Assembleia da República deviam estar vazios. Matematicamente há 95 deputados a mais!
Nota: Imagem da Internet
1 comentário:
Sifrónio
O método d´Hondt foi introduzido na distribuição de eleitos para o parlamento para acabar com os partidos mais pequenos, como aliás, foi amplamente explicado aquando da sua introdução em Portugal. O método Sainte-Laguë, também utilizado é um pouco mais favorável aos pequenos partidos, mas os grandes não cedem, mais um esforçozito e cá teremos um método que o total de cadeiras sejam distribuídas por dois, provavelmente quando esse dia chegar o mais forte dos dois proíbe o outro, teremos então o partido único.
Gostei do teu raciocínio tem toda a lógica e demonstra o facto acima referido.
Abraço
Rebola
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