quarta-feira, junho 10, 2009

ABSTENÇÃO OU ABSENTISMO?

Depois de fazer um ligeiro estudo sobre as eleições de Domingo passado consegui alguma inspiração para escrever este post. Fui ao dicionário de Língua Portuguesa e constatei o seguinte:

- Abstenção: privação ou desistência voluntária de um direito político ou social.
- Absentismo: hábito de não comparecer, de estar ausente.

Ora, a “abstenção” rondou os 62,5%, dizem as fontes. Então e os votos brancos elegem quem? Não será melhor introduzir um novo termo eleitoral: o absentismo? O que houve na realidade foram 62,5% de absentistas, não de abstencionistas. Quem se abstém vota em branco, ou não será assim? Também reparei que dos 37,5% que foram às assembleias de voto, 11,98% votaram em branco ou em partidos que não elegeram qualquer deputado. Restam 25,52% de votos úteis, que elegeram 22 deputados. 1,16% para cada deputado. Parece que o método de Hondt está a falhar!

Mais de 70% dos Eleitores Portugueses, abstencionistas e absentistas, estão-se “borrifando” para estes políticos.

Alguns pugnam pela mudança da lei eleitoral. Cheira-me a mais uma perda de direitos! Não estarão os políticos a preparar-se para culpar os eleitores (um presidente de um partido já o fez perante as câmaras de TV) pela fraca prestação deles próprios?

Há países em que o voto é obrigatório. Se é obrigatório é um dever, não é um direito! Além disso, quem não votar perde outros direitos como o acesso gratuito a determinados serviços públicos. É isto que se está a “congeminar” para Portugal? Não há bons exemplos que se possam importar, se é que é preciso importar?

Longe vai o tempo das Sessões de Esclarecimento! Há inclusivamente políticos que nem sabem o que isso é. Era nessas sessões de esclarecimento, junto dos eleitores que se apresentavam os programas. Ups… eu falei em programas? Quais programas? Parece que até eu estou equivocado!

3 comentários:

Arnaldo Reis Trindade disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Henrique Monteiro disse...

Caro amigo Arnaldo,
quando falo em "voto obrigatório" quero dizer da obrigatoriedade de participar nas eleições, ou seja não faltar ao dever cívico de eleger. No entanto, a obrigatoriedade do acto implica a perda de, pelo menos um direito: o direito de não paricipar, de não votar. Com o voto obrigatório, os eleitores, recenceados automaticamente, têm que justificar a falta para não perderem outros direitos cívicos, ou então pagam uma coima, não é assim? Discodo contigo: se o voto for obrigatório, remete os "elegíveis" cada vez mais para o seu pedestal. É urgente fazer baixar os políticos ao nível da esmagadora maioria dos eleitores: o povo! Por outro lado com o "voto obrigatório", mesmo que o povo vote em branco haverá sempre eleitos, porque o que conta são os votos válidos, o que é uma autêntica aberração da democracia.

Abraço.

Anónimo disse...

Tambem é obrigatorio a lei ser igual para todos os cidadãos em Portugal e isso não se passa,é uma pouca vergonha a corrupção instalada no nosso país.Logo,sendo assim nada é obrigatorio,nada nos podem obrigar,nada nos podem julgar.Querem ter legitimidade têm que a ganhar e para isso ser homens honrados,caso contrario podem ir mamar na quinta pata do cavalo.