segunda-feira, dezembro 01, 2008

À PROCURA DE MAECENAS.


"São vários os mecenas famosos na história, mas poucos conhecem quem lhes deu o nome, Maecenas o próprio.

Romano, político e conselheiro de Caeser Augustus, ninguém sabe se algum dia lhe terá passado pela cabeça que, dois milénios depois, andaria nas bocas do mundo como sinónimo de patrono das artes. A verdade é que aconteceu. Um pouco como a expressão inglesa
Private Banking, que se tornou em Portugal sinónimo de Banco Privado Português.

Mas como até em gramática todos os caminhos vão dar a Roma, este texto não será excepção. Gaius de seu primeiro nome era, como não podia deixar de ser, o arquétipo do mecenas.

Por isso, não é de estranhar que tenha sido rico, o que foi verdade, como não é de estranhar que se tivesse rodeado de artistas durante toda a vida, o que também aconteceu. Rico por herança, a sua riqueza cresceu ainda mais pela sua proximidade com o imperador, cuja influência proporcionou a Gaius a independência necessária para poder escapar à típica adoração romana a Marte (deus da guerra), trocando-a por outra forma de estar na vida, mais dedicada a Minerva (deusa da inteligência e sabedoria).

Aí está uma deusa que também tem a ver com a nossa mitologia. Porque tem tudo a ver com dinheiro (aliás podia até ser a deusa do dinheiro se existisse) visto que só com muita sabedoria e inteligência é que se consegue fazer muito dinheiro.

Que o digam os nossos clientes, convertidos por um dos bancos mais capitalizados do mundo no seu segmento com mais de 200 milhões de euros em capitais próprios.

E também Virgílio, Horácio, Varius Rufus, Plotius Tucca, Valgius Rufus, ou Domitius Marsus. Um sem número de importantes poetas da era antes de Cristo que usufríram do apoio incondicional do Maecenas, que incluía dinheiro e casas de luxo onde poderiam viver à larga e dar largas ao seu talento. Foram eles os primeiros artistas subsidiados da história, homens que tiveram a fortuna de encontrar alguém cuja visão e pensamento estavam acima da sua própria fortuna.

E caro leitor, para que a sua fortuna não dependa exclusivamente da fortuna ligue para um dos nossos
Private Bankers, disponíveis para falar consigo através dos telefones em Lisboa, Porto e Madrid. Depois se quiser continuar a imortalizar o nome do romano, é consigo".



Não quero fazer comentários até porque isso tira, de certa maneira, o interesse dos leitores. Mas o "bichinho" impõe aqui uma crítica ao 5º parágrafo:

1- Nem a mitologia romana, nem a grega contemplavam o deus do dinheiro. Esse "pelouro" era e é, segundo as crenças religiosas actuais, pertença do Diabo. E esse diabo era representado na mitologia romana, pelo imperador. Daí o Maecenas ter feito um pacto com o diabo (imperador) e ter aumentado a sua fortuna. O exemplo ficou até ao nossos dias. Quem faz pactos com o diabo (poder) enriquece, mesmo que seja um zé ninguém, como se constactou nas declarações de um célebre ex-político, há dias (e Dias Loureiro) acerca do caso BPN.


2- "... só com muita sabedoria e inteligência é que se consegue fazer muito dinheiro".
Pois as actuais circunstâncias provam precisamente o contrário, o que aliás, está estampado no próprio texto. Os oportunistas e chicos-espertos (não sábios nem inteligentes) estão a surgir de todo o lado, esses sim à procura do "maecenas contemporâneus": o contribuinte.

Como diz o outro: "Vão mas é trabalhar, ó!..."

Sem comentários: