No início dos anos 90, numa das minhas passagens pelo sudoeste Francês, participei numa reunião de café, com franceses, italianos e os denominados "cidadãos do mundo" (atenção que estes são os mais esclarecidos!) sobre integração europeia e políticas económicas a adoptar por e para cada país, no sentido de atingir a denominada convergência (para os políticos parece que se centra só à volta do défice). Na altura, Portugal era caloiro nestas andanças e todas as ideias que viessem de fora (CEE entenda-se) seriam aceites como conselhos de um ancião.
Como da discussão nasce a luz, foi-se traçando o mapa: Portugal, como futuro país turístico teria que investir na indústria hoteleira e na floresta. Então e o mar?! Temos das melhores praias da Europa e uma zona económica exclusiva das maiores do mundo, comentava eu em jeito de provocação. Respondiam-me que "o mar... isso... era outra história"!
Estava-se mesmo a ver: o nosso mar seria para outras "armadas"!
Passado todo este tempo, recordo-me daquela conversa política informal, com grande saudade! Ao menos, naquele tempo havia alguma esperança. Hoje não me restam dúvidas: a floresta, que nunca o foi, é um matagal e o mar está lá à nossa espera! Grande força tem o ditado: "O futuro a Deus pertence".